As incertezas que atingiram nossas vidas pessoais, decorrentes da avalanche causada pela COVID-19, impactaram igualmente as empresas. O clima de insegurança sobre como agir, por quanto tempo e quais os próximos passos levaram todos – pessoas físicas e jurídicas – a olharem para dentro e refletirem sobre o que poderia ser feito para minimizar os inevitáveis efeitos adversos.
As indústrias vêm encontrando maneiras de driblar as dificuldades que apareceram por conta da pandemia. O perfil de consumo mudou muito no período, com uma crescente busca por produtos e serviços on-line e, neste contexto, é visível o quanto a crise sanitária catalisou um processo que já vinha ocorrendo de digitalização do varejo, acelerando a estruturação de e-commerces e o investimento em marketing digital. Para se ter uma ideia do tamanho desse movimento, segundo relatório da Qualtrics, as atividades que mais cresceram na Internet no período foram transações bancárias (+53%), serviço de atendimento ao cliente (+45%), consultas médicas (+45%), compras de alimentos (+44%), compra de produtos online (+43%) e pedidos de comida em restaurantes (+36%).
Isso refletiu em um recorde de vendas no comércio eletrônico – um aumento de 7% na quantidade de pedidos e de 22% no ticket médio, somando um total de R$ 53,4 milhões só no primeiro semestre de 2021 frente ao mesmo período do ano passado, de acordo com pesquisa da Ebit Nielsen. Considerando que o segundo semestre é historicamente mais forte para o setor varejista, com datas como Black Friday, Cyber Monday e Natal, a expectativa é que os resultados sejam ainda melhores.
De acordo com a Pesquisa Black Friday 2020 para Análises & Insights da Globo, o consumidor está mais preparado e esperançoso para a Black Friday deste ano: 47% dos entrevistados afirmaram que pretendem aproveitar os descontos oferecidos na data – número superior ao do ano passado que, segundo o mesmo estudo, foi de 42%, e acabou resultando em 57% de compradores efetivos. Dados divulgados pela E-commerce Brasil mostram ainda que a principal tendência deste ano é o poder de compra do consumidor. Agora mais preparado e disposto a utilizar o e-commerce, as compras compulsivas dão lugar à pesquisa mais detalhada sobre o produto desejado, como por exemplo a precificação.
Neste cenário tão promissor, o mercado de marketing de performance e mídia programática ganha ainda mais relevância ao ajudar empresas a se destacarem no meio de tanta oferta em todas as etapas do funil, do awareness à conversão. O resultado é um aumento significativo dos investimentos no digital, o que vem reaquecendo o mercado publicitário. Na Weach, a expectativa é ter um segundo semestre ainda mais forte do que do ano passado, com um crescimento médio de 20% YoY (ano a ano), com perspectiva de ultrapassar o faturamento dos dois últimos anos – projetamos um crescimento de 24% YoY de 2020 para 2021.
A projeção para o mercado deve ser a mesma. Um estudo realizado pelo IAB Brasil em parceria com o instituto de pesquisa Nielsen para mensurar os impactos da COVID-19 no investimento em publicidade no Brasil com anunciantes, agências, Ad Techs e veículos, indica que 63% dos entrevistados tem mais de 50% do seu investimento alocado no digital e, ao responderem se acreditavam que a importância da publicidade digital se manterá em seus negócios, 87% deles alternaram suas respostas entre a manutenção da mesma importância (50%), com mais um pouco de importância (14%) e muito mais importância (23%).
A conclusão é que temos um horizonte positivo de crescimento para toda a cadeia ainda em 2021. Seja para indústria, varejo ou empresas de mídia e, o caminho, é mais do que nunca, o digital.
Autor: Daniel Kaminitz, CEO na Weach Group.
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