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CEO do Telegram, Pavel Durov, enfrenta acusações na França por facilitar atividades criminosas no aplicativo

Foto do escritor: Rafael Rafael

CEO do Telegram é acusado na França por facilitar atividades criminosas no aplicativo
CEO do Telegram é acusado na França por facilitar atividades criminosas no aplicativo

Pavel Durov, que possui cidadania francesa, está enfrentando um processo judicial por supostamente falhar em impedir a disseminação de imagens de abuso infantil e incitações à violência no Telegram.


O bilionário russo foi acusado pelas autoridades francesas por facilitar atividades criminosas na plataforma de mensagens, mas conseguiu evitar a prisão ao pagar uma fiança de €5 milhões. Durov, de 39 anos, que também é cidadão francês, foi liberado com a condição de se apresentar à polícia duas vezes por semana e não deixar o país, conforme informou a promotora de Paris, Laure Beccuau.


As acusações incluem cumplicidade na disseminação de material de abuso infantil, entre outras violações graves ocorridas no Telegram. Ele foi preso no aeroporto de Le Bourget, próximo a Paris, no sábado, sob suspeita de negligenciar o controle de conteúdos ilegais no aplicativo, como imagens de abuso infantil, tráfico de drogas e fraude.


A prisão trouxe à tona o debate sobre a responsabilidade do Telegram, uma plataforma com cerca de 1 bilhão de usuários, e levantou discussões sobre liberdade de expressão e censura. Especialistas franceses em crimes cibernéticos e fraudes afirmaram que a detenção de Durov faz parte de uma ampla investigação sobre a falta de moderação de atividades ilegais no Telegram.


Em resposta, o Telegram declarou no domingo que segue as leis da União Europeia e que suas políticas de moderação "estão de acordo com os padrões da indústria e em constante aprimoramento". A empresa também ressaltou que Durov "não tem nada a esconder" e viaja regularmente pela Europa, considerando "absurdo" responsabilizar a plataforma ou seu fundador por abusos cometidos por usuários.


Durov, que se autodeclara libertário e já foi comparado ao "Mark Zuckerberg da Rússia", vive em Dubai, onde o Telegram está sediado. Ele também tem cidadania dos Emirados Árabes Unidos e da França. Recentemente, ele comentou que escolheu Dubai após tentar morar em cidades como Berlim, Londres, Cingapura e São Francisco, elogiando a cidade pelos negócios e neutralidade.


O Telegram já foi alvo de investigações por agências de segurança ao redor do mundo devido ao uso do aplicativo por terroristas, traficantes de drogas, grupos extremistas e outras organizações criminosas.


Em uma rara entrevista ao *Financial Times* em março, Durov, cujo patrimônio é estimado em mais de US$9 bilhões, afirmou que a disseminação de material de abuso infantil e apelos à violência são "linhas vermelhas" para o Telegram. Porém, ele também defendeu repetidamente a política de moderação mínima da plataforma e o compromisso com a liberdade de expressão, destacando que sua equipe conta com apenas 30 engenheiros em tempo integral.


Apesar de seu sucesso, Durov conseguiu evitar a intensa exposição midiática enfrentada por outros magnatas da tecnologia, como Elon Musk e Mark Zuckerberg. Ele raramente dá entrevistas, preferindo compartilhar detalhes de sua vida em seu perfil no Instagram, onde publica fotos sem camisa e, recentemente, revelou ter mais de 100 filhos biológicos como doador de esperma.


Durov deixou a Rússia em 2014, após se recusar a atender exigências do Kremlin para fechar grupos de oposição na rede social VK, que ele fundou aos 22 anos. Forçado a vender a VK, Durov passou a focar no Telegram, fundado com seu irmão Nikolai em 2013.


A Rússia tentou banir o Telegram em 2018, mas suspendeu a proibição após o governo afirmar que Durov estava disposto a colaborar no combate ao terrorismo e extremismo.


Embora ele se apresente como um exilado russo, documentos vazados sugerem que ele visitou a Rússia mais de 50 vezes entre 2015 e 2021, alimentando especulações sobre suas conexões com o Kremlin.


O governo russo classificou a prisão de Durov como uma ação política, alegação negada pelo presidente francês Emmanuel Macron. Também surgiram dúvidas sobre o momento da prisão e se Durov estava ciente do mandado emitido contra ele em Paris.


O Le Monde informou que Durov se encontrou com Macron várias vezes antes de receber a cidadania francesa em 2021, por meio de um processo especial para pessoas que contribuíram de forma significativa ao país. Já o *Wall Street Journal* relatou que, em 2018, Macron sugeriu que Durov transferisse a sede do Telegram para Paris, uma oferta que ele teria recusado.



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