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Estudo revela que vídeos curtos de TikTok e Reels estão prejudicando atenção, memória e saúde mental — entenda os riscos

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    Rafael
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

Por que a palavra “degeneração mental” dominou 2024 no Oxford DictionaryPor que a palavra “degeneração mental” dominou 2024 no Oxford Dictionary. Relação entre vídeos curtos do Tiktok e Reels e declínio cognitivo


Mão segura celular com perfil de rede social, mostrando fotos e estatísticas. Ao fundo, laptop em mesa de escritório claro. Ambiente moderno.


O uso excessivo de TikTok e Instagram Reels está prejudicando o desempenho cognitivo, apontou a American Psychological Association em um estudo recente.


Dados de 98.299 participantes, reunidos a partir de 71 pesquisas, mostram que quanto mais conteúdo em formato curto uma pessoa consome, pior tende a ser seu desempenho cognitivo em termos de atenção e controle inibitório — ou seja, maior a dificuldade para manter o foco.


Os pesquisadores descobriram que “a exposição repetida a conteúdos altamente estimulantes e acelerados pode levar à habituação, processo em que o usuário se torna menos sensível a tarefas cognitivas mais lentas e que exigem esforço, como leitura, resolução de problemas ou aprendizado profundo”. Em resumo, disseram, isso pode contribuir para uma espécie de “degeneração mental”.


O estudo concluiu que o consumo de vídeos curtos está “associado a pior desempenho cognitivo (atenção, controle inibitório, linguagem, memória e memória de trabalho) e à maioria dos indicadores de saúde mental, exceto imagem corporal e autoestima”.


A Oxford Dictionary define “degeneração mental” como “a suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente quando vista como resultado do consumo excessivo de material — hoje, particularmente conteúdo online — considerado trivial ou pouco desafiador”.


O termo foi escolhido como a palavra do ano pelo Oxford Dictionary em 2024, referindo-se tanto ao conteúdo de “baixa qualidade e baixo valor” quanto ao “impacto negativo que o consumo desse tipo de material pode exercer sobre indivíduos ou sobre a sociedade”.


O estudo também relacionou o uso de vídeos curtos a impactos negativos na saúde mental, incluindo aumento do estresse e da ansiedade.


“O ciclo contínuo de deslizar a tela e receber novos conteúdos emocionalmente estimulantes pode desencadear a liberação de dopamina, criando um circuito de reforço que favorece padrões de uso habitual e maior dependência emocional das interações digitais”, afirmaram os pesquisadores.

“Esse engajamento repetitivo pode estar associado ao aumento do estresse e da ansiedade, já que alguns usuários relatam dificuldade para se desconectar e para regular suas emoções fora do ambiente online.”


A pesquisa também sugere que o consumo excessivo desse tipo de vídeo pode levar ao isolamento social e à queda na satisfação geral com a vida.


Segundo o estudo, o uso dos apps está “vinculado ao aumento do isolamento social por substituir interações reais por engajamento digital passivo, intensificando sentimentos de solidão”, além de observar que “essa dependência de interações online também tem sido associada a menor satisfação com a vida”.


Não é a primeira vez que pesquisadores alertam para um declínio cognitivo na era digital.


Um estudo de grande repercussão conduzido pelo Massachusetts Institute of Technology analisou como a IA afeta a função cognitiva e descobriu que estudantes que usaram o ChatGPT para escrever um ensaio não apenas apresentaram muito menos atividade cerebral, mas também foram incapazes de recordar uma única frase do próprio texto.


Aqueles que não usaram tecnologia lembraram-se do maior número de informações; os que utilizaram o mecanismo de busca do Google ficaram em uma posição intermediária.


Outro estudo, publicado no periódico médico JAMA e conduzido pela Universidade da Califórnia, em San Francisco, constatou que crianças que usavam redes sociais diariamente tiveram desempenho muito inferior em testes de leitura, memória e vocabulário, em comparação às que relataram não usar redes sociais, segundo o New York Times.






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